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Saiba como reforma de pneus de caminhões e ônibus evita descarte de 300 toneladas
À primeira vista, pode parecer difícil entender um ponto que une os universos do transporte terrestre de cargas, da produção de café e a academia.
Mas no Espírito Santo, eles se encontram em uma cadeia sustentável que transforma resíduos em novas oportunidades e ajudam a amenizar os impactos causados ao meio ambiente.
Pneus de caminhões que transportam a safra de café (e centenas de outros produtos) pelas estradas do país ganham sobrevida graças à recapagem, uma espécie de reforma das peças.
Com isso, elas podem voltar para as estradas por mais um tempo.
E, quando o seu reúso já não é mais permitido, os pneus são transformados em tapumes, chinelos, pisos, asfaltos e até anilhas usadas em academias. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Todos os meses, mais de 3 mil pneus de caminhões e ônibus, que antes teriam o descarte como destino, passam por um processo que devolve a eles uma "nova vida".
A primeira usina recapadora 100% sustentável da América do Sul fica no Espírito Santo e se tornou referência em economia circular e em práticas de preservação ambiental. Segundo a empresa, com o reaproveitamento, cerca de 300 toneladas de borracha, aço e outros materiais deixam de ser abandonados irregularmente na natureza.
Isso significa menos poluição, menos risco de enchentes, incêndios e proliferação de doenças, além de mais economia para os transportadores que rodam pelas estradas do país fazendo a economia girar. Reforma de pneus de caminhões e ônibus evita descarte irregular de 300 toneladas no meio ambiente Fernando Madeira/A Gazeta Além de preservar rios, florestas e solos contra a contaminação, a recapagem gera uma economia de até 70% nos preços.
Um pneu novo de caminhão custa, em média, R$ 3 mil.
Já um pneu reformado sai por apenas R$ 700.
A resolução nº 558/1980, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), permite que caminhões e ônibus podem utilizar pneus reformados desde que atendam a requisitos técnicos estabelecidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Pneus se transforam em anilhas de academia Aqueles que não podem ser recuperados são triturados e seguem outra viagem até se tornarem produtos como pisos de tatame, gramados sintéticos e anilhas que movimentam academias e treinos de crossfit.
Além disso, até os paletes de madeira onde os pneus são acomodados são reaproveitados e viram instrumentos musicais, como ukulelês. “Nossos clientes não sabiam o que fazer com os pneus inservíveis.
Temos esse projeto 100% sustentável justamente para ser um ponto de conexão para essas transportadoras, que são nossos clientes, para a gente coletar pneus e dar um descarte responsável”, explicou o porta-voz da empresa, Luciano Rezende. Anilhas feitas com pneus são usadas em academias no Espírito Santo Fernando Madeira/A Gazeta Luciano explicou que os pneus que não podem mais ser reaproveitados, além dos restos daqueles que já foram recapados anteriormente, são levados para uma usina.
No local, é separada a borracha do aço que compõe o pneu. "O aço é reaproveitado para outras coisas.
A borracha damos destinação variada também.
O importante é que ele não vai parar no meio ambiente.
Participar desse ciclo sustentável é muito bacana.
Estamos contribuindo para o planeta e também ajudando os nossos clientes e a empresa", disse.
Como é feita a recapagem O engenheiro de produção Lucas Barcelos trabalha na empresa e explicou como funciona o processo de recapagem.
Nele, uma nova banda de rodagem é aplicada sobre o pneu que já estava desgastado. “Para garantir a qualidade e a durabilidade do serviço, seguimos dez etapas: inspeção inicial, raspagem, escareação, dissolução, reparação e gomagem, preparação de bandas, roletagem, envelopagem, vulcanização e, por fim, a inspeção final.
Esse cuidado em cada fase assegura que o pneu reformado tenha desempenho e segurança comparáveis a um novo”, explicou. Engenheiro de produção Lucas Barcelos trabalha na empresa de recapagem de pneus no Espírito Santo Arquivo Pessoal Segundo o engenheiro, a vida útil de um pneu recapado é equivalente a de um pneu novo.
Quando o processo de recapagem é feito de forma adequada, seguindo todos os padrões técnicos e de segurança, o desempenho em termos de durabilidade e resistência é o mesmo, garantindo ao usuário a mesma confiabilidade. Depois de recapado, um pneu pode rodar mais de 90 mil quilômetros.
E quando atinge novamente o fim de sua vida útil, pode passar por uma nova recapagem, somando quase 200 mil quilômetros de rodagem antes do descarte final.
Anilhas feitas com pneus são usadas em academias no Espírito Santo Fernando Madeira/A Gazeta O processo é eficiente e circular: ♻️ 70% do pneu é reaproveitado, mantendo sua estrutura; 🏋️ Os 30% restantes se transformam em novos produtos, como chinelos, tatames, gramados sintéticos e até em anilhas de academia e crossfit; 🎸 Até os paletes de madeira usados no transporte dos pneus viram instrumentos musicais, como ukuleles, que são doados a projetos sociais; 🛞 Quando atinge novamente o fim de sua vida útil, pode passar por uma nova recapagem, somando quase 200 mil quilômetros de rodagem antes do descarte final.
Paletes que acomodam pneus são transformados em ukulelês no Espírito Santo Divulgação Café, cooperativismo e sustentabilidade Entre os clientes que procuram a empresa para fazer esse serviço estão transportadoras, empresas de ônibus e cooperativas.
Uma delas é a Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do ES (Cafesul). A presidente da Cafesul, Natércia Bueno Vencioneck, disse que a cooperativa de café capixaba se uniu à iniciativa e, além de levar os pneus para reaproveitamento, apoia o processo de transformação do material triturado, que é enviado para empresas em São Paulo responsáveis por criar novos objetos a partir dos restos de borracha. Cooperativa faz recapagem dos pneus dos caminhões que transportam café pelo Espírito Santo Fernando Madeira/A Gazeta Natércia disse que a empresa buscou a alternativa da recapagem devido à economia e também por causa da sustentabilidade.
A cooperativa faz o envio dos pneus para recapear quando há alguma viagem prevista para Cariacica, na Grande Vitória, onde fica a empresa que realiza esse processo.
A cooperativa tem sede em Muqui, no Sul do estado. "Com a economia do serviço, fazemos outros investimentos ou melhoria em equipamentos.
Reduzindo o gasto financeiro com os pneus, outras melhorias podem ser feitas na cooperativa", explicou Natércia.
A cooperativa fatura, os produtores economizam na hora de escoar os produtos, a empresa que faz o processamento dos pneus ganha novos clientes e, acima de tudo, o meio ambiente agradece com menos poluentes descartados.
A presidente da Cafesul afirmou que os associados dão prioridade à possibilidade de economia e sustentabilidade, um tipo de comércio conhecido no meio como Justo Fairtrade. "Essa prática vai ao encontro do nosso posicionamento estratégico, nossa missão, visão e valores.
Esse tipo de comércio tem todo um trabalho baseado na sustentabilidade e em práticas que promovem o reúso de forma segura, contribuindo para preservar o mundo", defendeu Natércia. Todo o material do pneu é aproveitado e se transforma em anilhas de academia e outros materiais Fernando Madeira/Rede Gazeta Usina recebe cerca de 6 mil toneladas de pneus inservíveis por ano Luiz Alberto Baptista é engenheiro e diretor-executivo da usina onde os restos do pneu são processados.
A Pneuvix Ambiental atua na reciclagem de pneus inservíveis, transformando materiais descartados em novos insumos para a indústria, de forma ambientalmente correta e alinhada à economia circular. “Realizamos a logística reversa de pneus inservíveis, garantindo sua destinação adequada por meio de processos de reciclagem que reaproveitam 100% do material.
No nosso processo, o pneu é transformado em aço e borracha reciclada.
O aço é encaminhado à siderurgia para ser fundido e voltar ao mercado como novo aço.
A borracha é utilizada em diversos segmentos, como a fabricação de pisos, revestimentos de parede, anilhas de musculação, mantas acústicas, vasos e aplicações esportivas, como campos de futebol”, explicou. Segundo o engenheiro, a usina recebe cerca de 6 mil toneladas de pneus inservíveis por ano, o que equivale a aproximadamente 450 mil unidades. Ele disse que pessoas físicas podem entregar os pneus diretamente na usina, que fica em Cariacica, ou em ecopontos parceiros.
Empresas como borracharias, transportadoras, recauchutadoras e revendedoras de pneus novos também realizam o descarte.
A orientação é verificar se o estabelecimento destina o material a empresas licenciadas e autorizadas para esse fim. Os pneus passam por várias etapas, começando pela separação do aço e da borracha.
Depois, vem a trituração.
O material segue sendo processado até atingir a granulometria exigida pelos clientes que utilizarão a matéria-prima em seus processos produtivos.
Ukulelês são feitos de paletes que acomodam pneus no Espírito Santo Divulgação Aproveitamento de 100% do material Borracha: utilizada na produção de pisos, revestimentos, anilhas de musculação, vasos, mantas acústicas, asfalto borracha e até como combustível, devido ao seu alto poder calorífico. Aço Reaproveitado pela indústria siderúrgica para fabricação de novos produtos metálicos. Grande parte da borracha reciclada nesta usina no Espírito Santo é destinada a empresas localizadas em Minas Gerais e São Paulo, voltadas principalmente à produção de artefatos de borracha e fabricação de cimento.
O aço é direcionado à indústria siderúrgica.
Todo o processo fortalece a economia circular e reduz o impacto ambiental. Leonardo é formado em Educação Física e já foi proprietário de box de crossfit.
No local, os alunos usavam anilhas que eram feitas com sobras de pneus. Usina em Cariacica separa borracha do aço dos pneus Fernando Madeira/A Gazeta "Para atingir os pesos, as anilhas de borracha normalmente são maiores, já que exigem mais material.
Quando são de ferro fundido ou aço, ficam bem menores.
Quanto à durabilidade, as de pneus são bem melhores.
Além de absorverem impacto, são mais resistentes a quedas e aos efeitos do tempo, como ferrugem.
Dependendo do fabricante, também são mais baratas", relembrou Leonardo. Ele defende a deia de dar uma detinação alternativa aos pneus velhos.
"As anilhas de borracha, os pisos feitos com raspa de pneu e até os tatames já usam raspas de pneus.
É uma excelente alternativa para preservar o meio ambiente.
O meio ambiente agradece", defendeu. Atrito dos pneus contribui para a poluição com microplásticos A bióloga e educadora ambiental Adriana Pneus Cecato disse que os projetos de recuperação de pneus são uma excelente saída para a diminuição da utilização de recursos naturais em sua produção. Esses processos prolongam a vida útil dos material e ajudam na diminuição do volume de pneus descartados, um dos maiores desafios das fábricantes. Atrito dos pneus contribui para a poluição com microplásticos no Espírito Santo Fernando Made...