Estratégia da oposição para mudança na CPI do INSS avançou a madrugada e foi mantida em sigilo até minutos antes da reunião

Deputados da oposição, capitaneados pelo PL, articularam até a madrugada desta quarta-feira (20) uma candidatura própria para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investigará os descontos indevidos em aposentadorias.

A reunião de articulação durou das 20h até 2h, segundo os presentes, e definiu o apoio conjunto ao nome do senador Carlos Viana (Podemos-MG) contra Omar Aziz (PSD-AM).  Uma candidatura alternativa era cogitada há semanas pela oposição e ganhou força com a articulação dos deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL, e Coronel Chrisóstomo (PL-RO), autor do requerimento de criação da CPMI. Oposição derrota governistas e elege presidente da CPI mista do INSS Na reunião, que aconteceu na liderança do PL da Câmara, estiveram presentes também deputados do União Brasil, PP e Novo.  Integrantes da oposição afirmam que a articulação ganhou força após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ter impedido o registro de votos nominalmente para a votação que deu urgência para o projeto de combate a adultização.

A oposição afirma que o projeto pode levar a censura prévia de conteúdos em redes sociais.  "Diante de tudo que vem acontecendo, foi a resposta que encontramos para dar para eles", disse o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). "Ontem [terça-feira] foi mais um episódio em que ele [Motta] desrespeitou a oposição, impediu que houvesse votação nominal, desrespeitou o regimento interno e quis nos 'tratorar' porque sabia que poderia perder", disse Jordy.

"Esse foi um dos motivos, foi uma resposta ao Motta, Alcolumbre e ao governo", completou. O senador Eduardo Girão (União-CE), que já havia sinalizado que lançaria candidatura própria para o comando da CPMI, foi avisado na manhã desta quarta da articulação.

Ele disse que concordaria com a candidatura única da oposição, mas manteria sua candidatura até os momentos finais para manter a estratégia em sigilo.

Pouco antes da votação se iniciar, Girão disse que retiraria seu nome em apoio a Carlos Viana.