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Carro elétrico
BYD/Divulgação
Primeira cidade do interior do Brasil em venda de veículos eletrificados, Campinas (SP) exibe com frequência modelos da tecnologia em suas ruas e avenidas, mas o trânsito da metrópole ainda tem maioria esmagadora de carros, motos, caminhões e ônibus movidos a combustão, principalmente a gasolina e etanol (álcool).
Um levantamento do g1 a partir de dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) aponta que a cidade possui 9.852 veículos eletrificados emplacados, em uma frota de 1.006.423, o que representa 0,97% do total. Números da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), compilados desde 2022, apontam que Campinas registrou 8,8 mil vendas no período, o que a coloca em 6º lugar no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR). 📱Baixe o app do g1 para ver notícias da região de Campinas em tempo real e de graça 🚗 Os dados consideram como veículos eletrificados todas as tecnologias disponíveis no mercado brasileiro com algum grau significativo de eletrificação: os 100% elétricos (BEV), híbridos plug-in (PHEV), híbridos puros (HEV), híbridos a gasolina/álcool (HEV Flex), e micro-híbridos e mild hybrid (MHEV). Na avaliação de Thiago Sugahara, vice-presidente da ABVE, dois números que são avaliados como positivo pelo setor, tanto pela representação de Campinas como "um player" importante, e a possibilidade de expansão do mercado, que no Brasil superou a marca de 500 mil emplacamentos. "É uma cidade que tem uma tendência muito forte a abraçar novas tecnologias e a trabalhar a questão da eletrificação.
Agora, a gente entende que esse mercado pode e deve evoluir muito ao longo dos próximos anos, com a maior oferta de veículos eletrificados, com a chegada de novas tecnologias e com a expectativa de que a gente possa ter cada vez mais consumidores brasileiros optando pelos veículos eletrificados", diz Thiago. Ainda segundo Thiago, a queda no tíquete médio do veículo eletrificado, que era de R$ 250 mil há cinco anos, para modelos de entrada próximo a R$ 100 mil, tem aproximado os modelos do consumidor.
Mas ele defende que não é apenas a questão financeira que explica o aumento no interesse e nas vendas. "Ele não ficou apenas mais acessível, mas também a autonomia desses carros que há cinco, oito anos atrás eram em média de 150, 200 quilômetros, aumentou para 200, 300, até 400 quilômetros.
Ou seja, a gente tem visto uma maior oferta de veículos com maior autonomia e com menor custo, tornando a tecnologia cada vez mais acessível", destaca. Atualmente, explica o vice-presidente da ABVE, cerca de 80% dos modelos vendidos são elétricos plug-in ou 100% elétricos, que mostram a evolução da tecnologia, autonomia e infraestrutura para abastecimento. "Até 2023, dois terços de todos os veículos eletrificados comercializados no Brasil eram híbridos, aqueles com motor a combustão e o veículo se autocarrega porque a bateria ainda tem menor densidade energética.
Mas a partir de 2024, e vem se consolidando, as tecnologias plug-in, que permite recarregar o veículo na tomada e que oferece já maior autonomia no módulo elétrico, e os 100% elétricos, passaram a ser dominantes.
A partir da maior oferta, o consumidor tende a optar por modelos mais eficientes", completa Thiago. Ressalvas no transporte Professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC-FAU) da Unicamp, Creso de Franco Peixoto faz uma ressalva sobre o processo de eletrificação da frota e o desafio do trânsito em Campinas. Embora classifique a eletrificação como algo sustentável, ele destaca que nem sempre pode ser avaliado assim ao analisar o trânsito. "Mesmo que nós tenhamos um motor elétrico a impulsionar o veículo, nós temos ainda, quando pensamos no carro, um veículo que ocupa muito espaço, reduzindo muito a capacidade de transporte de passageiros por hora em cada faixa de tráfego.
Por mais que nós tenhamos eficiência elétrica com menos poluição, nós temos que lembrar também que é muita massa veicular por passageiro, ou seja, tem que transportar muita lata para levar um passageiro só", defende. Frota de Campinas supera 1 milhão de unidades e especialista alerta: 'onde colocar todos esses veículos?' Segundo o professor da Unicamp, considerando uma faixa de tráfego, quando são usados só carros, 2 mil pessoas são transportadas por hora.
No caso de ônibus, de 8 a 9 mil.
Já um transporte público como o BRT, de 18 a 22 mil pessoas por hora. "Isso, sim, é sustentável, mesmo que a gente ainda dependa do óleo diesel", completa Creso. LEIA TAMBÉM Entenda por que apesar de alta no imposto, Campinas tem expansão na venda de veículos eletrificados Renda elevada e alta escolaridade: veja o que explica destaque da região de Campinas na venda de carros eletrificados Veículo elétrico BYD Carlos Barria / Reuters VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região " Veja mais notícias da região no g1 Campinas.