Campinas tem piora em indicadores de sustentabilidade e perde nota em ranking nacional; veja posição por cidade

Vista aérea de Campinas - 2024 Reprodução EPTV Campinas (SP) ficou em 801º lugar entre os 5.570 municípios brasileiros nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A metrópole apresenta quedas consecutivas nas notas gerais consideradas no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, passando do nível de desenvolvimento sustentável alto para o nível médio. Duas cidades da região de Campinas estão entre as 20 melhores posições no ranking: Morungaba (SP) aparece em 14º lugar e Vinhedo (SP) em 18º, entre as cidades de todo o país.

Considerando os 100 primeiros colocados, as cidades de Indaiatuba (SP) e Valinhos (SP) também aparecem no ranking: em 92º e 94º lugar, respectivamente.

A ferramenta do Instituto Cidades Sustentáveis avalia a atuação dos municípios em objetivos como a erradicação da fome e da pobreza, saúde e educação de qualidade, igualdade de gênero e mudanças climáticas.

✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp A lista de ações tem como meta melhorar a qualidade de vida no planeta até 2030.

O índice aponta um nível de desenvolvimento de acordo com a nota alcançada, que varia entre 0 e 100, de muito baixo a muito alto: Muito alto: nota de 80 a 100 Alto: 60 a 79,99 Médio: 50 a 59,99 Baixo: 40 a 49,99 Muito baixo: 0 a 39,99 Confira o ranking das cidades da região abaixo: Campinas apresentou quedas consecutivas nas notas gerais desde que a ferramenta foi lançada, em 2022.

Na época, a metrópole apresentava nível de desenvolvimento alto, hoje considerado médio. 2022: 60,93 (alto) 2023: 57,69 (médio) 2024: 56,32 (médio) 2025: 55,91 (médio) Entre os indicadores com pior desempenho e que puxaram a queda na nota do município, estão os itens: investimento público em infraestrutura por habitante reduzir as desigualdades percentual da população de baixa renda com tempo de deslocamento ao trabalho superior a 1 hora população em favelas e comunidades urbanas e equipamentos esportivos municipais Já entre os indicadores que apresentaram melhoram estão educação, saúde e bem-estar e igualdade de gênero.

A urbanista e professora Lia Pimentel, da Pós-Graduação em Sistemas de Infraestrutura Urbana da PUC-Campinas, explica que o índice aponta o que as cidades precisam investir mais, mas que há ainda muito o que ser feito por governos e empresas. "A gente ainda tem uma uma deficiência muito grande de ações para atender à sustentabilidade da cidade nos três pilares, social, ambiental e econômico.

Em parte, porque, apesar das ODS serem para 2030, o pessoal começou a correr atrás agora.

E também não podemos depender só do poder público", afirma a professora. O que diz a prefeitura de Campinas? "O IDSC (Índice Desenvolvimento Sustentável das Cidades) é uma análise de 100 indicadores oficiais de órgãos de diferentes instâncias, inclusive os de responsabilidade dos governos federal e estadual.

Nem todos os indicadores são atualizados anualmente.

Portanto, o ranking produz um resultado que nem sempre reflete a realidade do município. Quando comparada com as cidades com mais de 500 mil habitantes, Campinas está entre as 4 primeiras colocadas.

Entre Campinas e São Paulo há apenas dois pontos percentuais de diferença.

Se compararmos Campinas com Guarulhos, semelhantes em número de habitantes e outros perfis, Campinas tem nota 55,91 e classificação 801 e Guarulhos nota 50,44 e classificação 2.635. No comparativo de Campinas entre 2024 (Nota 56,32) e 2025 (Nota 55,91), a cidade manteve o nível médio de Desenvolvimento Sustentável e melhorou nos indicadores de igualdade de gênero (ODS 5) e de parcerias e meios de implementação (ODS 17). A classificação dos demais índices manteve-se no mesmo nível, com exceção ao de Redução de Desigualdades (ODS 10), que não considera somente a atuação municipal. O indicador de Redução de Desigualdades não separa a classificação pelo porte das cidades, ou seja, não distingue as análises socioeconômicas que afetam de forma negativa as cidades com maior número de habitantes. Campinas tem avançado em diversas políticas voltadas à sustentabilidade.

Desde 2021, Campinas plantou mais de 560 mil árvores, implantou um programa de microflorestas e já conta com 14 unidades, com previsão de 200 em quatro anos.

Também implantou a Usina Verde, a 1ª maior usina de compostagem de lodo de esgoto com galharia no Brasil.

Ainda instituiu o Plano Local de Ação Climática (PLAC) e o Plano Local de Resiliência e Redução de Risco de Desastres. O município também atua na gestão de 9 unidades de conservação, que representam 30% do território, sendo 14 parques e 12 bosques. Na área de saneamento, chegou a 99,9% da população atendida com água tratada e 94% com esgoto tratado.

Outro indicador importante apresentado pelo município é o índice de perdas na distribuição, de 17,26%, um dos mais baixos do país, enquanto a média é de 40,3%. Quanto à mobilidade, o sistema BRT da metrópole está 100% operacional, o que reduz em até 40 minutos o tempo de deslocamento entre as paradas das regiões mais afastadas e o Centro.

São 73 mil passageiros (passagens pela catraca) em dias úteis. A cidade tem o maior programa de regularização fundiária em execução no País, com mais de 56 núcleos regularizados desde 2021, o que beneficiou mais de 40 mil pessoas e de 10 mil famílias.

A fila da casa própria reduziu de 42.173 em 2021 para 13.505 em 2025, o que equivale a uma redução de 68%. A cidade também implantou o Programa Espaço do Amanhã e entregou 16 creches em todas as regiões, para zerar a fila de espera por creches.

O município tem 9 escolas de ensino integral e vai construir mais 10.

O objetivo é que 50% das unidades de ensino fundamental tenham educação integral já em 2026. O Programa Meu Bairro Bem Melhor leva asfalto a 19 bairros e beneficia 123 mil pessoas.

Ao todo serão implantados 46,8 quilômetros de galerias pluviais para escoamento da água da chuva e 73,3 quilômetros de vias asfaltadas.

O investimento é de R$ 172,5 milhões. A metrópole possui 30 praças de esporte, 4 ginásios esportivos, 12 piscinas públicas e Centro de Treinamento, onde são desenvolvidas aulas e projetos esportivos, além de 25 parques e bosques e 2.300 praças que podem ser utilizadas também para ginástica e atividades relacionadas ao esporte.VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região." COP30 - O que são as mudanças climáticas? VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas